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ESTÁDIOS DA COPA

29 de mar. de 2013

Unknown
Desde 1997 venho registrando em vários artigos, palestras e cursos, mas vale a pena reiterar: – Os novos estádios de futebol, tipo “arena”, com cobertura total das arquibancadas, projetam sombras no campo que prejudicam o desenvolvimento do gramado. Criam um micro clima complicado até para a manutenção/sobrevida do vegetal.
Como sabemos (ao menos deveríamos saber), os vegetais “fabricam” seu próprio alimento através da famosa equação da fotossíntese. Para relembrar os tempos de escola: com a presença de clorofila no tecido vegetal ocorre a produção de compostos orgânicos (carboidratos) a partir de compostos inorgânicos, como a água, nutrientes e o dióxido de carbono (CO2), utilizando a energia luminosa do sol.
Então, a planta retira a água e nutrientes do solo (na verdade, por nós fornecidos, num gramado esportivo), o CO2 do ar atmosférico, metabolizando seu próprio alimento e liberando oxigênio para o ambiente. Para que isso ocorra, além de água, dos nutrientes e do CO2, o vegetal precisa de luz (a clorofila já está presente no tecido vegetal em maior ou menor grau). É ela, a luz, a fonte de energia fundamental no processo de produção de alimentos do vegetal e de seu desenvolvimento. É a energia que move a fábrica. Sem a presença de luz, a maioria dos vegetais não cresce e, até mesmo, definha e sucumbe:
Nos gramados esportivos, essa equação é vital para que o gramado cresça, produza massa verde, se regenere e suporte as altas cargas de pisoteio que via de regra é submetido. Daí batermos sempre na tecla da necessidade de estudo criterioso, de equipe multidisciplinar, com a presença de Eng Agrônomo, para a concepção de projeto de um estádio, principalmente dos modelos Arena, priorizados pela FIFA, uma vez que estas, pelo fato de usarem coberturas muito próximas ao campo, muitas vezes opacas e/ou fixas, limitam a entrada de luz e trazem vários problemas com relação à equação básica da fotossíntese e um micro clima, intra Estádio, muito complicado (sombreado e sem ventilação).
Mesmo os europeus, que já convivem com as arenas há mais tempo que nós, usam blends de variedades de grama menos suscetíveis à sombra, luzes artificiais (SGL Concept) e, ainda assim, convivem com replantios todos os anos. Só que na Europa os replantios totais e os custos extras advindos dos problemas da sombra nos gramados, são considerados como custos normais de manutenção. Além disso na Europa, se usam espécies de grama que necessitam de menos luz (por causa do clima temperado usam-se, na Europa, as C3 que necessitam de cerca de 12 mols/dia de luz, enquanto as C4 necessitam de cerca de 35 mols/dia).

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